O cliente pode desistir da compra pela desorganização da loja. Saiba por que!

Quando o consumidor toma a decisão de desistir da compra? Você sabe quais são os motivos que causam essa perda de interesse em adquirir um produto, que chamou a atenção dele pela primeira vez?
Muitas lojas perdem seus consumidores por questões simples de organização, principalmente quando deixam a desejar na limpeza e distribuição dos seus produtos. Sendo assim, preparamos este artigo com as principais razões que podem causar desistências em um comércio.
Quer saber mais? Continue a leitura e organize sua loja para proporcionar a melhor experiência possível para os clientes!

Lugares mal sinalizados

As seções do estabelecimento direcionam o consumidor para os produtos certos? Elas seguem uma lógica de trajeto, buscando influenciar a sua visita para direcionar o seu percurso até os caixas? O ambiente tem luz suficiente para iluminar os corredores?
Entender como está a sinalização da loja pode ser um ponto essencial na hora de conquistar o cliente. Sendo assim, mantenha uma atenção especial nessa questão. A dica é sempre deixar o cliente localizado e com uma linha de trajeto dentro do estabelecimento, que direcione a sua visita até os caixas.

Produtos desorganizados na prateleira

Como é a disposição dos artigos em sua loja? Deixá-los jogados, sem uma boa ordem, é sinônimo de despreocupação do comércio e pode afastar os compradores. É interessante estudar estratégias de cores, tamanhos e preços para fazer com que a organização do ambiente chame a atenção e agrade o cliente.
Dependendo do estabelecimento, também é necessário manter o cuidado redobrado com os vencimentos dos produtos expostos na prateleira. Além de prejudicar a compra, a venda de mercadorias fora do prazo de validade pode causar problemas judiciais com a empresa.

Ambientes mal planejados que atrasam as compras

Qual é o percurso do cliente dentro da sua loja? Quais são os primeiros corredores expostos? A disposição dos produtos precisa ser atrativa e captar a atenção do consumidor, direcionando-o para os artigos do seu interesse, ao mesmo tempo que influencia a compra de diferentes itens.
Analisar o comportamento do consumidor dentro do seu ambiente de compra é uma ótima maneira de estudar qual é a melhor possibilidade de organizar os seus produtos. Além de proporcionar uma melhor experiência para o cliente, o estabelecimento pode acelerar a sua compra, oferecendo uma solução mais prática e otimizada nesse processo.

Produtos sem os preços corretos

Artigos sem preços ou com valores incorretos causam confusão nos clientes e nos profissionais responsáveis por cobrar a venda. Essas experiências de diferença nos preços prejudicam a imagem da loja e fazem com que novos consumidores desistam de comprar devido à desorganização da precificação.
Por isso, é essencial conferir com frequência a organização e atualização dos preços nos produtos e garantir que os clientes tenham todas essas informações acessíveis no momento da compra, evitando mal-entendidos futuros.
O cuidado para oferecer a melhor experiência dentro do seu estabelecimento é um dos processos mais eficientes para o sucesso do seu negócio. Portanto, não deixe de trabalhar para evitar descuidos que levem o seu cliente a desistir da compra, elevando os benefícios ao promover uma boa experiência na sua loja.
Quer receber mais informações com dicas exclusivas sobre como melhorar as vendas da sua loja? Então, assine agora mesmo a nossa newsletter e não perca os nossos conteúdos direto em sua caixa de e-mails!
(Por Pricefy)

Com marcas desatualizadas, a Kraft Heinz perdeu bilhões. E agora?

Em fevereiro de 2017, a Kraft Heinz atravessou o Oceano Atlântico com uma audaciosa oferta de US$ 143 bilhões pela Unilever, uma gigante sonolenta que, segundo argumentava a Kraft, poderia ser estimulada com uma boa dose de corte dos custos e uma poda do portfólio.
Embora a proposta não solicitada tenha sido rapidamente descartada diante da forte oposição do alvo, ela deixou a Unilever devidamente agitada, e a empresa passou a empreender uma reformulação, eliminando ativos de baixo desempenho e aprimorando seu foco no valor para os acionistas.
Dois anos depois, o jogo virou. Na quinta-feira, a Kraft Heinz realizou uma baixa contábil de US$ 15,4 bilhões, admitindo de modo impressionante que algumas de suas marcas mais famosas não conseguiram acompanhar o ritmo das mudanças nas preferências dos consumidores. Em contrapartida, a Unilever e seus pares europeus Nestlé e Danone já tomaram medidas para evitar um destino semelhante, concentrando-se em novas marcas de nicho e alternativas mais saudáveis ao açúcar, à carne e aos alimentos embalados.

Alimentos com propósito

A suíça Nestlé, por exemplo, abandonou o negócio de confeitaria nos EUA e, na semana passada, colocou à venda sua unidade de frios Herta. A Unilever está empenhada em desenvolver o que chama de marcas “com propósito”, que promovem a saúde e protegem o meio ambiente, como uma nova linha de sorvetes com sabores pós-modernos como chai com açafrão-da-terra e canela, enquanto vende ativos problemáticos, como as unidades de margarina e pastinhas de untar. A Danone fez uma grande aposta no iogurte vegano com a aquisição da WhiteWave Foods, por US$ 10 bilhões, há alguns anos.
Embora ainda haja muito chocolate e lanches gordurosos por aí, as grandes empresas de alimentos na Europa adotaram como missão fundamental adaptar-se aos consumidores que gostam de couve e vitaminas e que evitam comidas gordurosas, salgadas, açucaradas ou que já não sejam condizentes com seus valores éticos e de saúde. Esta é uma lição dolorosa para a Kraft Heinz, que perdeu mais de 20 por cento de seu valor de mercado depois que os investidores puniram brutalmente as ações.
“A Kraft Heinz tinha um modelo muito aquisitivo e precisava alimentá-lo”, disse Duncan Fox, analista da Bloomberg Intelligence. “Mas eles têm sido lentos na inovação, apostaram nas tendências erradas e ficaram por fora de tudo.”

Corte de custos

Durante anos, a Kraft Heinz construiu uma máquina formidável confiando no que faz de melhor: eliminar custos indiretos, muitas vezes em ativos que ela engoliu. Formada em uma fusão orquestrada em 2015 pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, e pela empresa de private equity 3G Capital, sua carteira controladora inclui participações na cervejaria Anheuser-Busch InBev, que também teve problemas para encontrar bolsões de crescimento e reduziu seu pagamento para os investidores no ano passado.
Ao longo do processo de eliminação de custos da Kraft Heinz, algo se perdeu – as marcas começaram a parecer desatualizadas ou desconectadas das tendências de consumo, do queijo processado às carnes e bebidas açucaradas. Embora a empresa recentemente tenha tomado algumas medidas para seguir o ritmo das marcas preocupadas com a saúde, como a compra da fabricante de ketchup orgânico Primal Kitchen por US$ 200 milhões, a grande baixa contábil que provocou uma perda igualmente grande mostrou que essas iniciativas foram insuficientes e chegaram tarde demais.
“Os problemas que a Kraft Heinz está enfrentando são específicos da empresa, porque a companhia implementou o modelo de orçamento com base zero durante vários anos, que é usado sistematicamente pela 3G”, escreveu Alain Oberhuber, analista do MainFirst Bank, em uma nota, na que afirmou que o portfólio de produtos é “medíocre em comparação com o de seus pares”.
Por Exame – Carol Matlack e Corinne Gretler, da Bloomberg via Varejo ESPM

Raia Drogasil compra Onofre e cria gigante de farmácias

A rede de farmácias Raia Drogasil anunciou no fim da tarde desta terça-feira que comprou a rede de farmácias Onofre, controlada pela americana CVS no Brasil.
As conversas entre as duas companhias começaram poucos dias antes do Natal, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A CVS chegou a oferecer a rede para companhias brasileiras. No pregão desta terça-feira, as ações da Raia Drogasil subiram 3,3% na B3.
O negócio uniu a maior rede de farmácias do país a uma companhia focada em São Paulo, que vinha investindo pesado na operação online nos últimos anos.
Com 50 unidades, sendo 47 em São Paulo, a Onofre era a primeira investida da CVS fora dos Estados Unidos. A gigante americana faturou cerca de 200 bilhões de dólares no ano passado. A Onofre foi comprada pela CVS em 2013, por cerca de 700 milhões de reais. Mas a empresa ficou pequena para o tamanho dos desafios no mercado brasileiro.
Fundada em 1934 no Rio de Janeiro, a Onofre foi administrada pela família fundadora, a Arede, até a venda. Sob comando americano, enquanto as concorrentes disputavam os bons pontos disponíveis para abrir centenas de lojas, a Onofre passou por uma reestruturação nos últimos anos. Revisou processos, trocou equipe, mudou o interior e a marca das lojas e reforçou seu foco em vendas online e oferta de serviços — nos EUA, as unidades da CVS aplicam até vacinas. Em 2018, metade das vendas da varejista passaram a vir da internet.
A compra foi cercada por polêmicas. A CVS a questionou o valor do acordo, de 670 milhões de reais por 80% da rede. Quando algumas parcelas deixaram de ser pagas, em 2016, a família Arede entrou com um processo de arbitragem na Câmara de Comércio Brasil–Canadá contra a CVS. A Onofre nunca confirmou a arbitragem.
Enquanto isso, o mercado de farmácia crescia alucinadamente, puxado pela Raia Drogasil. De 2012 para cá, as receitas do setor aumentaram 62%. A Raia Drogasil passou de 864 para 1.825 lojas no período, e viu suas receitas passarem de 6 para 15,5 bilhões de reais em 2018, alta de 12%. O lucro no ano passado foi de 548,6 milhões de reais, crescimento de 7%. A participação de mercado da Raia Drogasil é de 12,9%. A segunda colocada do setor é a Pacheco São Paulo, que dobrou de tamanho em cinco anos, para 10 bilhões de reais.
A Raia Drogasil nasceu em 2011, com a união de duas das mais tradicionais redes de farmácias do país. Apesar do gigantismo, tem o desafio de se manter na dianteira. Para isso, aposta em formas de alcançar a classe C. Em São Paulo, o público de classe A e B já tem uma drogaria do grupo a cerca de 2 km de distância de casa. Para atender a classe C, precisa de uma operação mais enxuta que permita competir em preço com outras redes.
No final do ano passado, em comunicado a investidores, ressaltou que seu principal desafio estava na concorrência de pequenas farmácias de bairro, localizadas especialmente em regiões de baixa renda. Essas unidades têm se organizado em associações que permitem maior poder de barganha nas negociação com fornecedores, o que se tornou um problema para a gigante do setor.
A companhia também tem olhado para o e-commerce, o que deve ser impulsionado com a compra da Onofre. Para isso, a proximidade com o público mais abastado é vista como um trunfo, já que um dos maiores gargalos da venda na internet é a última milha da entrega ao consumidor, nicho em que a Onofre é considerada referência.
“A aquisição é uma grande oportunidade para a Raia Drogasil ganhar agilidade e velocidade no online, área que a Onofre desenvolveu muito bem nos últimos quatro anos, e se manter competitiva em uma praça importante e concorrida como São Paulo”, diz Alexandre Van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult, empresa de consultoria com foco em varejo.
Na opinião de Van Beeck, apesar de a saturação do mercado de farmácias ser um tema de constante discussão na indústria, as redes têm uma oportunidade de mudar o conceito das lojas e transformá-las em micro centros de distribuição, por exemplo, algo que a Onofre já começou a fazer para ganhar agilidade na operação digital. “É prematuro e superficial afirmar que o mercado está saturado de farmácias porque a função da loja está passando por mudanças”, diz Van Beeck.
Por Exame – via Varejo ESPM

Nestlé vai vender cápsulas de café com a marca Starbucks em supermercados

A Nestlé vai vender cápsulas de café com a marca Starbucks em supermercados e lojas virtuais de diferentes varejistas.

Os itens serão disponibilizados em mercados da Ásia, Europa, América Latina, Oriente Médio e nos Estados Unidos.
O Brasil começará a receber os produtos já nas próximas duas semanas.
Segundo a companhia, as novas cápsulas foram feitas para serem totalmente compatíveis com equipamentos de suas marcas Nespresso e Nescafé Dolce Gusto.
No ano passado, a Nestlé e o Starbucks fecharam um acordo de US$ 7,15 bilhões que deu à primeira direito de vender produtos com a marca da cafeteria. O acordo não envolve a rede de lojas da Starbucks nem bebidas prontas para o consumo.
O lançamento permitirá maior competitividade para os cafés encapsulados da Nestlé, que passaram a disputar mercado com itens de outras marcas disponíveis nas prateleiras dos supermercados desde que patentes de sua tecnologia começaram a cair.
Diferentemente das cápsulas do Starbucks, os produtos da Nespresso não são vendidos em lojas convencionais —a marca possui rede própria de distribuição e loja virtual.
Em conferência com jornalistas, Patrice Bula, vice-presidente executivo da Nestlé e presidente da Nespresso, diz que as cápsulas da Starbucks formarão uma marca premium de café, sendo vendidas com preços próximos aos das cápsulas da nespresso.
Bula não descarta o risco de que consumidores que compram Nespresso migrem para a nova marca, mas diz acreditar que as duas possuem públicos diferentes e podem crescer juntas.
Segundo ele, enquanto a marca da Starbucks estaria mais associada aos Estados Unidos, a juventude e à inovação, a Nespresso traria um estilo europeu clássico.
“Há algum elemento de canibalização, mas continuaremos inovando com a Nespresso para manter a marca única.”
O executivo não informou expectativas de vendas com o lançamento, mas disse que o projeto é ambicioso e central para as vendas de café da Nestlé.
No total serão lançados 24 novos produtos, incluindo uma linha de grãos inteiros, grãos torrados e moídos. Entre eles estão cápsulas de sabores vendidos pelo Starbucks, bem como como Caramel Macchiato e Cappuccino.
A companhia informa que os itens serão feitos a partir de café da variedade arábica, proveniente de cultivos sustentáveis das principais regiões produtoras do mundo. Grãos brasileiros não serão usados neste momento.

 
(Por Folha de S.Paulo – Filipe Oliveira) Via Varejo ESPM

As 10 maiores varejistas do mundo, segundo a Deloitte

As 250 maiores varejistas globais geraram receitas agregadas de 4,53 trilhões de dólares, o que equivale a mais que o dobro do PIB brasileiro, que fechou 2017 em 2,05 trilhões de dólares. As receitas desses varejistas apresentaram um crescimento composto de 5,7% em relação ao ano anterior. A pesquisa Global Powers of Retailing, da Deloitte, compreende o ano fiscal de junho de 2017 a junho de 2018.
O ranking coloca empresas dos Estados Unidos nas quatro primeiras posições, com a liderança sendo ocupada mais uma vez pelo WalMart, que fatura 500 milhões de dólares por ano, quatro vezes mais que a segunda colocada, a Costco. Kroger (3ª) e Amazon (4ª) fecham o grupo que puxam as primeiras posição. A alemã Schwarz fecha o Top5.
Reynaldo Saad, sócio-líder da indústria de Consumer da Deloitte, aponta que a disputa entre países no ranking de maiores varejistas manteve sua lógica dos últimos anos, com predomínio das americanas e manutenção do ritmo de ascensão das chinesas. “Os demais países continuaram a ter sua participação mais o menos igual no ranking. Alguma coisa maior aconteceu no Oriente Médio e no Leste da Ásia”, aponta. O Brasil colocou três empresas entre as 250 maiores.
Segundo a pesquisa, a margem de lucro líquido média das empresas do ranking é de 2,3%, uma preocupação sempre latente no varejo, que precisa se virar sempre dentro de margens apertadas de retorno. A varejista de utensílios domésticos e itens para construção Home Depot é a que mais se destacou no TOP 10 quando o assunto é margem de lucro, com 8.6% de retorno, quase quatro vezes maior que a média.
O Walmart, apesar da sua hegemonia, tem apresentado crescimento da receita de apenas 1,3% ao ano na média dos últimos cinco anos avaliados (2012 a 2017). A Amazon, sua principal rival na construção do varejo omnichannel, cresceu 18% no período. Só na passagem de 2017 para 2018, a empresa de Jeff Bezos cresceu mais de 25%, enquanto o Walmart conseguiu 3%.
No varejo farmacêutico, a luta é intensa entre a Walgreens e a CVS. A Walgreens fechou o ano fiscal com crescimento de 2,1% e receita de 99 milhões de dólares, enquanto a CVS, duas posições depois, teve receita de 79 milhões, mas sofreu com uma redução dos resultados em relação ao ano anterior, com decréscimo de 2,1%. Foi a única Top 10 com resultado negativo.
Confira os resultados das dez maiores varejistas do mundo:

1. Wal-Mart (EUA) – departamento

Receita: 500 milhões de dólares
Crescimento anual: 3%
Margem líquida de lucro: 2,1%
Retorno em ativos: 5,1%
Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 1,3%
Número de países onde opera: 29
Participação estrangeira na receita: 23,9%
 

2. Costco (EUA) – departamento

Receita: 129 milhões de dólares
Crescimento anual: 8,7%
Margem líquida de lucro: 2,1%
Retorno em ativos: 7,5%
Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 5.4%
Número de países onde opera: 12
Participação estrangeira na receita: 27.2%
 

3. Kroger (EUA) – alimento

Receita: 118,982 milhões de dólares
Crescimento anual: 3.2%
Margem líquida de lucro: 1.5%
Retorno em ativos: 5.1%
Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 4.2%
Número de países onde opera: 1
Participação estrangeira na receita: 0%
 

4. Amazon (EUA) – departamento

Receita: 118,573
Crescimento anual: 25.3%
Margem líquida de lucro: 1.7%
Retorno em ativos: 2.3%
Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 18.0%
Número de países onde opera: 14
Participação estrangeira na receita: 36.8%
 

5. Schwarz (Alemanha) – departamento

Receita: 111,766
Crescimento anual: 7.4%
Margem líquida de lucro: indisponível
Retorno em ativos: indisponível
Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 7.5%
Número de países onde opera: 30
Participação estrangeira na receita: 58.9%
 

6. Home Depot (EUA)  – casa e construção

Receita: 100,904
Crescimento anual: 6.7%
Margem líquida de lucro: 8.6%
Retorno em ativos: 19.4%
Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 6.2%
Número de países onde opera: 4
Participação estrangeira na receita: 8.4%
 

7. Walgreens (EUA) – farmácia

Receita: 99,115
Crescimento anual: 2.1%
Margem líquida de lucro: 3.5%
Retorno em ativos: 6.2%
Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 6.7%
Número de países onde opera: 10
Participação estrangeira na receita: 11.9%
 

8. Aldi Einkauf (Alemanha) – alimento

Receita: 98,287 estimada
Crescimento anual: 7.7%
Margem líquida de lucro: indisponível
Retorno em ativos: indisponível
Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 7.2%
Número de países onde opera: 18
Participação estrangeira na receita: 65.1%
 

9. CVS Health (EUA) – farmácia

Receita: 79,398
Crescimento anual: -2.1%
Margem líquida de lucro: indisponível
Retorno em ativos: indisponível
Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: 4.5%
Número de países onde opera: 3
Participação estrangeira na receita: 0.8%
 

10. Tesco (Reino Unido) – alimento

Receita: 73,961
Crescimento anual: 2.8%
Margem líquida de lucro: 1.5%
Retorno em ativos: 1.9%
Crescimento médio da receita de 2012 a 2017: -2.4%
Número de países onde opera: 8
Participação estrangeira na receita: 20.7%
(Por NoVarejo – Raphael Coraccini) – Via Varejo ESPM

DEFINA SUAS ESTRATÉGIAS E KPIS

Inteligência é tudo em Trade Marketing – Parte 01.
Nos dias atuais, as grandes empresas trabalham com um plano estratégico para curto e longo prazo, afim de atingir objetivos específicos. É preciso ter objetivos claros e concisos para que estes planos sejam realmente efetivos. Para transformar o custo em investimento é necessário ter um planejamento inteligente e definir uma boa estratégia com metas relevantes e atingíveis.
Utilizar a inteligência para definir uma boa estratégia significa analisar a fundo o negócio de nosso cliente para entender o mercado em que ele se encontra e suas expectativas e anseios em relação ao ponto de venda. Sem deixar de pensar no target que será trabalhado e tudo que pode envolve-lo, como seus hábitos e preferências de compra.
Para garantir o sucesso da estratégia criada é imprescindível o uso de KPIs.
Você deve estar se perguntando: Mas o que é KPI?
KPI, do inglês Key Performance Indicator (em tradução livre indicador-chave de performance), é como se fosse uma “bussola” para os negócios.
O KPI, se bem estabelecido, servirá para que a empresa, ou determinadas estratégias, cresçam através de metas bem definidas.
Os indicadores de desempenho servem para muitos propósitos, como por exemplo: verificar o sucesso de uma campanha de vendas, saber sobre a qualidade do atendimento aos clientes ou o tempo de resposta de uma SAC.
Agora que temos um conceito definido, precisamos também, ter em mente a importância destes indicadores.
Por um momento imagine-se fazendo uma caminhada em uma floresta que não conhece bem. Aqui, uma bussola seria fundamental para encontrar seu caminho de saída. Assim são os KPIs, uma bussola que indica se o planejamento e a execução estão no caminho certo.
Não contar com a gestão de informações de KPIs em um plano de negócio é correr um risco enorme de ser surpreendido por resultados ruins ou abaixo do esperado.
Mas e então? Como definir KPIs corretos para meu negócio?
Este processo não é muito difícil, mas sim delicado e merece muito de nossa atenção. Abaixo listamos algumas dicas para alavancar e dar rumo ao seu negócio:

  • Mantenha em sua mente que é preciso ter objetivos claros a serem atingidos;
  • Considere KPIs mensuráveis e atingíveis;
  • Não seja excessivo na quantidade de KPIs. Isto pode ser difícil de mensurar e atingir;
  • Estabeleça KPIs relevantes, ou seja, que tragam dados ou benefícios reais para seu negócio;
  • Seja temporal. Defina prazos e validade para seus KPIs, afim de analisar, tomar decisões e criar novas estratégias.

Após definir os KPIs corretos, é fundamental o acompanhamento dos mesmos. Certifique-se de que os KPIs estejam alinhados com suas funções, com as preocupações de seu cliente e com os objetivos da empresa. Esse acompanhamento deve estar presente em sua rotina, para que diariamente você consiga avançar mais um passo rumo ao sucesso de suas metas.
Importante!
Vale ressaltar os KPIs devem ser personalizados para cada cliente, projeto e rede de atuação. Para atender, de forma estratégica e direcionada, as prioridades do projeto e garantir o sucesso do mesmo.
Dessa forma, nós utilizamos a combinação de Inteligência, Estratégia e KPIs, para trabalhar o ideal de Processo Integrado, envolvendo:
Diagnóstico
Para maior entendimento do negócio do cliente e seus objetivos. Para entender as marcas, categorias, shoppers e canais. E para realizar pesquisas sob medida. Criando assim diretrizes para o planejamento.
Planejamento
Definir de forma detalhada as estratégias e o plano de ação. Definir também o nível de serviço necessário. Além de criar estratégias e critérios para alocação de equipe e, por fim, definir os indicadores (KPIS) do projeto.
Execução
Realizar monitoramento e auditoria da execução. Realizar também coleta de dados do projeto e coletas sazonais.
Avaliação
Consolidação dos dados, análises e diagnósticos, geração de insights, e recomendação do plano de ação.
A partir desses processos, trabalhados de forma integrada, podemos caminhar com o projeto para as táticas operacionais. Colocando em prática tudo o que foi alinhado e estruturado para a realização do projeto.
Para que isso aconteça de fato, algumas fases são envolvidas, são elas: Segmentação, Setorização, Roteirização dos PDVs, Definição de Perfil da Equipe e Nível de Serviço. Nós utilizamos algumas ferramentas que se adequam, especificamente, a cada fase.
Esteja Atento!
O projeto já foi pensado e estruturado de forma estratégica e com metas relevantes e atingíveis, agora é hora de colocar a mão na massa.
Nossa próxima publicação trará o detalhamento de cada fase das táticas operacionais. Vamos apresentar o passo a passo de como sua estratégia deve ser colocada em prática para que você consiga atingir seus objetivos de negócio.
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Cresce participação do consumo infantil no varejo alimentar

Parece que os pais estão resistindo menos ao apelo dos filhos na hora de fazer a compra do mês, incluindo no carrinho os itens que os pequenos gostam. Crianças de até 12 anos foram responsáveis por 3,2 bilhões de ocasiões de consumo na Grande São Paulo nos 12 meses terminados em junho de 2018. De todos os momentos de consumo realizados no lar (café da manhã, almoço, jantar, lanches entre as refeições, ceia), a faixa etária responde por 17,4% deles.
No mesmo período de 2017, o índice era de 16,9%, um crescimento de 0,5 ponto percentual. Os números são do painel Usage Foods & Beverages, elaborado pela Kantar Worldpanel. Hoje, quase 17% da população da Grande São Paulo é de crianças de até 12 anos.

Aumento dos lácteos

As crianças nessa faixa etária têm ocupado um papel especial na retomada do crescimento de alguns itens específicos, como iogurtes. Esses consumidores optam pelo produto no café da manhã (28,7%) e no lanche da tarde (37,8%). A categoria de refrigerados lácteos está presente em mais de 163 milhões de ocasiões de consumo das crianças, quase 60% da categoria está concentrada em indivíduos de até 12 anos.
Com cerca de 21 milhões de indivíduos, a Grande São Paulo apresenta a maior penetração de produtos refrigerados lácteos do país, estando na geladeira de 97,6% dos domicílios em um ano.  Seus principais consumidores são shoppers de até 29 anos e entre 40 e 49 anos, sendo que 45% do volume é comprado pelas classes mais altas –  A/B (45,3%) e C (48%). Já a DE responde por apenas 6,7.

Valor agregado

Os dados apurados apontam ainda que produtos de maior valor agregado e com atributos como praticidade, conveniência e sabor estão cada vez mais dentro dos lares com pequenos, como petit suisse, leite fermentado, bolo pronto, leite em pó e cream cheese.
“Lares com crianças possuem uma alimentação específica, com produtos que se adaptam a cada ocasião. Vemos escolhas sendo feitas, com alguns itens sendo priorizados e outros saindo da cesta. É essencial entender os atributos e os benefícios que direcionam essas escolhas”, afirma Giovanna Fischer, Diretora de Marketing e Consumer Insights da Kantar Worldpanel.
Algumas categorias maduras como biscoitos, maionese e sucos prontos perderam espaço nos domicílios com crianças no período analisado, enquanto que iogurtes e sobremesas prontas permaneceram com os níveis de penetração estáveis.

Supermercados mineiros crescem quase 3% e investem mais que o esperado

O faturamento do segmento supermercadista mineiro atingiu R$ 35,8 bilhões no ano passado, o que representa um crescimento de 2,98% em relação a 2017. Os dados são da pesquisa “Termômetro de Vendas”, da Associação Mineira de Supermercados (AMIS).
A expectativa no início do ano passado era de que 60 lojas seriam inauguradas ao longo do ano em todo o estado. A expectativa foi superada, com 69 novas unidades. A AMIS aponta também investimentos acima do estimado, passando dos esperados R$ 440 milhões para R$ 514 milhões.

Atacarejo e varejo de proximidade

O modelo atacarejo ganhou 25 unidades, sendo 22 novas lojas e três transformadas de outros formatos. Mas as lojas de vizinhança continuam predominando nos investimentos dos supermercadistas. Durante o ano, foram abertas 45 unidades de vizinhança.
As outras duas lojas abertas foram um hipermercado compacto e uma express. Esse último modelo, que contempla pequenas lojas, deve ganhar força no setor em 2019.

Projeção para 2019

De acordo com os dados iniciais levantados pela AMIS, o segmento em Minas Gerais deve ter um crescimento na casa dos 4% em 2019 e cerca de 70 unidades deverão ser inauguradas. Os supermercadistas mineiros esperam abrir mais 7,3 mil novos postos ao longo de 2019.
(Por NoVarejo – Raphael Coraccini via ESPM Varejo)

Realizar uma promoção no supermercado é uma boa prática? Descubra!

A promoção no supermercado é uma oportunidade de aumentar as vendas e atrair clientes. Contudo, apesar de ser uma prática tradicional, nem sempre ela é planejada de modo a render os melhores resultados. Muitas vezes, é apenas uma forma de ter maior volume de fregueses por um curto período de tempo.
Neste artigo, você aprenderá a organizar uma promoção no supermercado e conhecerá os benefícios dessa estratégia para o seu comércio. Primeiro, explicaremos as mudanças recentes no comportamento do consumidor. Em seguida, damos um passo a passo para realizar uma promoção e abordamos os principais benefícios de organizar as promoções. Vamos começar?

Como o cliente afeta a promoção no supermercado?

Cada vez mais pessoas compram online. Vamos falar da Black Friday, que é o segundo maior evento de varejo no Brasil, atrás apenas do Natal: 80% das vendas são feitas pela internet.
Os consumidores de hoje têm muito mais acesso a informações do que há dez anos. Podem comparar preços, marcas e avaliações com o celular que carregam no bolso. Também podem usar o telefone para fazer compras e receber as encomendas em casa. Com toda essa conveniência, ficou cada vez mais importante oferecer experiências de compra e outros diferenciais para atrair o cliente para a loja física.
Uma promoção, pensada e executada de acordo com uma estratégia, atrai novos consumidores para seu supermercado e os deixa com vontade de voltar para obter mais produtos por bons preços.

O que fazer para organizar uma promoção?

Como explicado no tópico anterior, uma boa promoção requer planejamento para alcançar bons resultados. A seguir, saiba o que fazer para organizar uma ação efetiva.
Levante os números
Para cada produto vendido em seu supermercado você deve saber o custo com impostos, o valor de venda e a margem de lucro. Mas talvez não saiba quanto gasta por ano em promoções ou qual o retorno delas.
O primeiro passo para aumentar o faturamento é entender quanto custa o investimento. Encare seu plano de promoção como se fosse um produto: quanto custará? E de quanto será o retorno?
Defina um objetivo
Para obter sucesso é preciso saber onde queremos chegar. Defina uma meta para sua promoção. Pode ser aumentar em 5% o número de vendas do produto X, elevar o faturamento do mês em Y%, ou conseguir um número Z de cadastros que concorrerão a um prêmio.
Se você tem diversas lojas, pode querer acompanhar os números em cada uma delas. Começando a promoção definindo o que você quer, fica mais fácil estabelecer prioridades e assegurar se os objetivos foram alcançados ou não. No mesmo sentido, a promoção deve ter data para começar e para acabar.
Defina o valor oferecido
Com o objetivo em mente, é hora de calcular um valor de oferta para o consumidor, condizendo com a meta a ser alcançada. As opções mais comuns são:

  • descontos em porcentagem (“tudo com 10%”, “descontos de até 50%” etc.);
  • descontos por volume (“leve 3, pague 2”);
  • amostras grátis;
  • brindes;
  • cupons para concorrer a prêmios (“a cada X reais em compras, você recebe um cupom para o sorteio de um carro”).

Invista em comunicação visual
Agora que você já sabe qual será a oferta, é hora de informar ao consumidor. Posicionar cartazes criativos fora da loja, utilizar panfletos, anunciar na rádio local, realizar uma campanha de anúncios no Google ou em redes sociais — vale tudo para que os clientes tomem conhecimento da promoção no supermercado e queiram visitar a loja.
Comunique a urgência
Toda boa promoção expressa alguma mensagem de escassez. Ela é necessária para que seu cliente não deixe para depois a decisão de compra e aproveite a oferta agora. Por exemplo:

  • “mas é só amanhã!”;
  • “até acabar o estoque!”;
  • promoções de datas comemorativas (Dia das Mães, Dia dos Namorados etc.).

Acompanhe os resultados
Uma boa promoção consegue atingir três resultados:

  • atrair mais clientes;
  • fazer com que os clientes atuais comprem mais a cada visita;
  • aumentar a frequência com que os atuais clientes visitam o supermercado.

Uma estratégia sustentável de promoções periódicas consegue alcançar os três ao mesmo tempo. Obter apenas um deles pode prejudicar os outros. Por exemplo, se o supermercado divulga um produto com grande desconto, mas tem pouco estoque, muitos clientes novos chegarão à loja, mas sairão decepcionados ao não encontrar a mercadoria. Consequentemente, a quantidade de clientes depois do evento será menor do que antes.
Ao final da promoção no supermercado, avalie os resultados e confira se os números compensaram o investimento.

Quais as vantagens?

Conquistar novos consumidores
Uma promoção bem-feita atrai novos shoppers para seu supermercado. Eles experimentam por causa de uma oferta atraente, compram outros produtos, e, se gostarem do atendimento, retornarão outras vezes. Como a fidelidade do consumidor é cada vez menor hoje em dia, aproveite a oportunidade para conquistar os clientes da concorrência.
Aumentar as vendas de produtos com baixa rotatividade
Mesmo quando os departamentos de compras e estoque trabalham em grande sintonia, há produtos que simplesmente encalham. Alguns deles podem ficar tanto tempo nas prateleiras que se aproximam de seu prazo de validade. Nada como uma boa e velha promoção para “liquidar” esse estoque, e o consumidor ainda aproveita para levar outros itens a preço cheio.
Ampliar o nível de engajamento do consumidor
Com tanta atividade online, lojas físicas ganham significado pela experiência que oferecem. É possível tocar e sentir o cheiro dos produtos e interagir com os vendedores. No Reino Unido se fala no papel dos supermercados em fortalecer as comunidades locais, por serem um espaço no qual as pessoas se conhecem, conversam e até realizam aulas e cursos.
Uma promoção aumenta a participação dos seus clientes. Ao oferecer a chance de ganhar prêmios ou a oportunidade de presentear pessoas especiais, você aumenta as chances de que eles se sintam bem-vindos e queiram voltar.
A promoção no supermercado é uma das práticas mais tradicionais do varejo. Estamos acostumados a encontrá-la desde a infância, vendo os cartazes amarelos no mercadinho do bairro ou ouvindo os comerciais estridentes no rádio e na TV. Com as dicas deste artigo, você está pronto para planejar, implantar, avaliar e conquistar resultados com boas campanhas.
Pretende usar essas dicas na administração do seu supermercado? Assine nossa newsletter para ficar por dentro das melhores práticas do mercado em gerência, promoção e muito mais.
(Por Pricefy – via Varejo ESPM

Tudo por um refratário: a febre dos selinhos do Pão de Açúcar

Quem não gosta de um desconto e de um brinde? A prática é tão antiga quanto o próprio varejo, mas está cada vez mais forte no Brasil, turbinada por aplicativos e redes sociais. Segundo o site Cuponia, que reúne oferta e cupons de desconto para compras online, o mercado de cupons faturou 875 milhões de reais em 2018, 30% a mais do que em 2017.
Embora redes como Carrefour, Amazon e C&A tenham projetos agressivos de cupons, ninguém chegou perto do sucesso do grupo Pão de Açúcar. Dia 27 de janeiro a rede encerrou a distribuição de selinhos da promoção ‘Juntou & Trocou’, iniciada em outubro. Desde então, clientes se mobilizam nas redes sociais, aplicativos de mensagens e até ao lado de caixas das lojas para conseguir os adesivos que faltam para conquistar suas recompensas – brindes como travessas e colheres.
A cada 20 reais gastos nas lojas ou no site do Pão de Açúcar e do Extra o cliente ganha um selo para colar em uma cartela da promoção. Se juntar um mínimo de 35 selos e pagar um valor adicional, que varia de acordo com o número de selos, o cliente ganha as tais “recompensas”. Parece coisa dos anos 90, mas os números são impressionantes.
Segundo balanço parcial do Pão de Açúcar, já foram entregues 106 milhões de selos e mais de 970.000 refratários (prêmio desta quarta edição). Para completar a cartela de selos, os clientes fazem as maiores maluquices. Grupos em redes sociais e aplicativos de troca de mensagem viraram os principais canais de caça aos selos que faltam. EXAME conversou com uma série desses fanáticos por selos nos últimos dias.

Leandro Sosi, locutor comercial, chegou até a postar uma mensagem no seu perfil do Facebook prometendo uma foto sua nu se conseguisse completar a cartela. “É óbvio que era brincadeira, mas chamou a atenção do pessoal e muitas pessoas me ajudaram. Consegui dois refratários”, conta Sosi. “Para quem gosta de cozinhar e de fazer compras no mercado, essas campanhas são geniais. E dá para ver que os produtos são de qualidade, então vale a pena o esforço.” Somando todas as promoções, Sosi diz ter gasto em compras para preencher as cartelas no mínimo 7.000 reais – na troca, conquistou até agora seis utensílios para cozinha.
Para “ganhar” um refratário de 32 cm o consumidor precisa juntar 80 selos e pagar mais 4,99 reais. O gasto em compras diversas passa dos 1.600 reais. Se fosse comprar um refratário de cerâmica por conta própria, gastaria 100 e poucos reais – mas aí não teria a menor graça.
As próprias lojas viraram um ponto preferencial para pedintes. Desde a primeira campanha do Pão de Açúcar, em 2017, a manicure paulistana Luciana Andrade se profissionalizou em completar cartelas sem, necessariamente, gastar fortunas. “Eu sou louca por selos e saí pedindo para todos os meus clientes, amigos, familiares, em grupos de redes sociais e até na rua mesmo, quando conhecia alguém. Passei vários dias em pé perto dos caixas dos mercados esperando alguém falar que não queria e andei quilômetros para buscar os selinhos”, diz.
Ela já perdeu a conta de quantas cartelas inteiras, com 85 selos, preencheu, mas garante que tem todas as coleções completas do Pão de Açúcar e chegou a dar vários utensílios repetidos para amigas. “Montei minha cozinha só com selinhos”, diz.
Para os envergonhados, é fácil encontrar promoções das promoções. No site de compras Mercado Livre, cada selo custa em média 1,50 real. Em alguns grupos de WhatsApp, chega a 2,00 reais. Até cartelas inteiras já preenchidas são comercializadas – no Mercado Livre saem a partir de 150 reais (mais do que o preço de boa parte de produtos similares vendidos no varejo).
Quem não tem paciência para colecionar, mas gostou da recompensa oferecida pode ainda encontrar o produto na internet (vendido por algum desses fanáticos). No próprio Mercado Livre, a coleção completa de panelas refratários da marca Fontignac (recompensas da segunda edição da campanha do Pão de Açúcar, encerrada em julho de 2018) pode ser adquirido por 1.090 reais de uma vez ou parcelada em 12 vezes de 104,18 no cartão de crédito. O conjunto vem até com a caixa da promoção.
Na primeira campanha da promoção ‘Juntou & Trocou’, que vigorou de junho a novembro de 2017, foram 90 milhões de selos e mais de 1 milhão de facas profissionais assinadas pelo chef de cozinha e personalidade da TV britânica Jamie Oliver. Como alguns modelos estavam em falta em algumas lojas, a empresa teve de prorrogar o período de trocas para atender a todos os clientes.
Alguns reclamaram nas redes sociais e em sites profissionais de reclamação e receberam as recompensas em casa. A segunda edição, de março a julho de 2018, entregou 91 milhões adesivos e 814.000 panelas. A terceira, voltada ao público infantil e que deu pelúcias em formato de frutas e legumes como recompensas pelos álbuns de figurinhas preenchidos, foi a menos popular – 15 milhões de figurinhas e 600.000 pelúcias foram distribuídos.

Efeito manada

A febre dos selos chegou a outros varejistas. A rede de supermercados Extra, do mesmo grupo do Pão de Açúcar, está em sua segunda edição e, a poucos dias de finalizar o período de troca dos prêmios, já entregou 2 milhões de potes de armazenamento com fechamento a vácuo da marca holandesa Royal VKB. Na primeira edição, feita de abril a julho de 2018, 200 milhões de selinhos e 1,5 milhão de facas também da Royal VKB foram entregues. A rede paranaense Muffato lançou uma promoção similar.
Para os varejistas, os ganhos com a campanha são evidentes. O Pão de Açúcar não deu entrevista por estar em período de silêncio prévio à divulgação trimestral de resultados. Seu concorrente Carrefour, que desde 2016 aposta em colecionáveis para atrair cliente, coleciona bons números. Em uma campanha de selos que distribuiu facas da marca MasterChef válida apenas para clientes paulistas, a empresa teve um aumento de 13% da frequência de clientes nas lojas que participavam da promoção e alta de 32% no gasto médio dos mesmos durante a campanha (setembro de 2016 a janeiro de 2017).
“A campanha nos aproximou ainda mais dos nossos clientes, contribuindo para construir um engajamento emocional e, consequentemente, fidelização”, diz Silvana Balbo, diretora de Marketing do Carrefour Brasil.
Em 2018, a empresa lançou sua segunda edição e expandiu o escopo geográfico – clientes de todos os estados (exceto do Amazonas) puderam resgatar facas e refratários de vidro (disponível apenas para São Paulo), ambos da marca MasterChef. De fevereiro a julho, 60.000 clientes resgataram pelo menos um brinde, sendo 66% deles cadastrados no programa de descontos do Carrefour chamado, Meu Carrefour. Cerca de 90.000 brindes foram distribuídos.
“As pessoas gostam de promoções que as façam sentir que estão levando vantagem e que tenham baixo risco de perda”, diz a doutora em Psicologia Social Vera Rita de Mello Ferreira, que também ministra aulas sobre Psicologia Econômica na B3. A percepção de que o preço é baixo – 20 reais – e os produtos de boa qualidade também ajuda a popularizar promoções do tipo.
“Nós adultos somos muito afetados por competições, e questões lúdicas. Essas táticas nos fazem tomar decisões rápidas e muitas vezes inconscientes de consumo, impulsionadas pelo efeito manada ou pela percepção de que aquilo é escasso e mais tangível que dinheiro ou descontos”, diz Flávia Avila, coordenadora do MBA em Economia Comportamental da ESPM e presidente da consultoria InBehavior Lab.
Para os varejistas, a tecnologia traz novas oportunidades aos bons e velhos selinhos. As promoções tendem a pedir o CPF dos clientes e até cadastros em aplicativos que monitoram hábitos de consumo e fazem ofertas sob medida para os consumidores. Uma das iniciativas mais bem-sucedidas é do próprio Pão de Açúcar. O programa de fidelidade do Pão de Açúcar tem 6,5 milhões de clientes; do Extra, 11 milhões.
Neste caso, saber que produtos você comprou no longo caminho até o refratário de cerâmica é o que realmente importa.
(Por Exame – Naiara Bertão)