A experiência de compra no centro das atenções

Atualmente, a experiência de compra é um dos fatores mais relevantes para os consumidores – de acordo com pesquisa da Officina Sophia Retail, 86% das pessoas estão dispostas a pagar mais por uma boa experiência. Por isso, varejistas do mundo todo estão investindo cada vez mais em formas de oferecer o que os consumidores realmente desejam, no momento certo e com o máximo de conveniência.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a compra por um clique nos e-commerces e os aplicativos de pagamento próprios de marcas, como do Starbucks, são excelentes exemplos de inovação para os varejistas que buscam melhorar a experiência dos clientes. No Brasil, a Magazine Luiza é a rede que mais se destaca nesse sentido atualmente. Em 2017, a empresa cresceu impressionantes 510%, principalmente por conta da estratégia digital que adotou, muito parecida com essas tendências mundiais.
No entanto, o mercado brasileiro como um todo ainda precisa acelerar muito em relação ao desenvolvimento de boas experiências. Na minha opinião, os principais entraves desse crescimento estão relacionados ao crédito e taxas cobradas pelas empresas de cartões. Em 2017, por exemplo, só na Black Friday, o e-commerce nacional movimentou R$ 2,1 bilhões. Se usarmos como base a porcentagem média de taxas que as redes pagam às empresas de cartão – 2,5% – o segmento deixou de arrecadar R$ 84 milhões, somente neste período.
Diante desse cenário, as fintechs podem ajudar – e muito – as varejistas se adaptarem a esses obstáculos de crescimento. Por meio de parcerias, as redes podem passar a ter novos produtos, como linhas de crédito, por exemplo, oferecendo maior poder de compra e uma experiência ainda mais satisfatória aos consumidores. Pense em todos os intermediários existentes para adquirir um produto atualmente. O cliente tem que fazer um cartão de crédito, ter o crédito liberado, abrir uma conta no e-commerce e, por fim, finalizar o pedido. Por que não realizar o processo completo no próprio site? Por que o próprio varejista não pode oferecer o crédito? Por que não criar um ambiente com experiência completa? Esse é o caminho das grandes empresas do mundo. A Amazon está oferecendo contas bancárias em parceria com o JP Morgan, e o Starbucks já tem a carteira digital mais usada dos EUA, à frente de Apple Pay, Samsung Pay e Google Pay.
Aqui no Brasil ainda temos um longo caminho a trilhar, mas o tempo para implementação de inovações está cada vez menor e, por isso, esse movimento, puxado pela Magazine Luiza, tem tudo para avançar bastante nos próximos anos. Via Varejo e B2W, por exemplo, também já perceberam o grande potencial da oferta de serviços financeiros e estão ao lado da rede nessa guerra que, além de ajudar a tornar os negócios mais rentáveis, só traz benefícios aos consumidores.
Por Bruno Samora, Head of Retail na Matera, empresa de tecnologia para os mercados financeiro, varejista e de gestão de riscos
(Por NoVarejo –  via Varejo ESPM)

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